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Casa d'avó Madalena

Casa de uma matrafona que mora na Aldêa, passa o dia assentada no pial a dizer patochadas

Casa d'avó Madalena

Casa de uma matrafona que mora na Aldêa, passa o dia assentada no pial a dizer patochadas

A prisão do medo ....

Avó Madalena, 15.06.16

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 Com post "A prisão do medo" procurei libertar algum do desconforto que sinto relativamente ao passado, ao presente e ao futuro.. foi uma espécie de vomitar as dores e os fantasmas. 

Recebi os vossos comentários de lágrimas no s olhos por perceber que não estou sozinha e por perceber que a liberdade de escolha por vezes é um peso.. com vocês percebi também,  que o exemplo que dou ao meu filho poderá não ser dos melhores, diariamente lhe digo para lutar, para não desistir, para ser feliz todos os dias e depois, no escuro da minha alma faço o contrário, assusto-me e fragilizo-me ao ponto de deixar que a ansiedade tome conta das minhas acções.

Ainda assim comprometo-me a procurar a mudança: retomar o envio de currículos, dedicar-me a 100% à tese e procurar ser mais feliz todos os dias. Procurar acima de tudo destralhar os medos, pouco a pouco (começou com o dentista, passou para o retomar os estudos e, o mais difícil, mas ao mesmo tempo mais libertador: o divorcio). Está em cima da mesa a tese e o emprego e estes vão ser os grandes objectivos de 2016.

Hoje estamos precisamente a meio do ano, altura ideal para olhar para  a minha lista de objectivos para este ano e perceber o que já está realizado, o que falta e o que quero alterar. Ainda tenho meio ano pela frente, meio ano de tentativas, avanços e recuos, meio ano! E não vou de modo algum desperdiça-lo.

Esta é a hora de juntar "água limpa, para poder deitar a água suja fora".

Obrigada a todas pela força e pela motivação.

A prisão do medo

Avó Madalena, 07.06.16

Tenho meda da mudança, do futuro, do incerto... tenho medo da insegurança e de não prever acontecimentos...

 Nos últimos anos esse medo fez de mim prisioneira. Depois de ter sido mãe, mudei de casa e de cidade, vim para vem logo de tudo o que conhecia. Depois de uma angustiante procura de emprego, fui aceite num escritório, onde fiquei de modo provisório até encontrar algo na minha área de formação. Fui ficando, primeiro porque queria ficar efectiva para poder comprar casa, depois porque veio a crise, depois o desemprego do ex marido e agora o medo de não ter como pagar as contas e sustentar o herdeiro.

Achei que estava a ser consciente e ponderada em ir mantendo o emprego provisório (e onde passei os últimos 11 anos), mas no fundo estava apenas a ser covarde! Retomei os estudos (que neste momento estão em atraso por medo de falhar as minhas altas expectativas), tenho medo de voltar à cidade natal e não me dar bem, tenho medo de ficar aqui e ficar desamparada, tenho medo de ficar mais tempo neste trabalho de tortura, tenho medo de bater a porta e partir...

Um dia um professor disse-menina arrependida.pngme que vivíamos numa caverna, de costas para a porta e a ver apenas as sombras nas paredes... dei uns passos para a entrada da caverna e já consigo ver a luz lá fora, mas algo me impede de dar o salto.

Como encontrar um novo emprego? E se encontrar e correr mal? Como vou alimentar e vestir o herdeiro? Como vai ser?

Sou uma cobarde e sinto-me presa, perdida, atrofiada ... Deixei o medo paralisar os meus sonhos...

Limpeza de Primavera

Avó Madalena, 06.06.16

Este fim de semana esteve um tempo fantástico! Sol, muito sol! Aproveitei para algumas limpezas de primavera (com

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 um atraso gigante, mas a meteorologia não tem sido minha amiga).

Ontem, para além de ter feito tudo o que pretendia (mudei a disposição de alguns móveis, doei imensos artigos de cozinha à Cantina Social, separei quase 60 livros de culinária para oferecer, esfreguei um a um cada degrau das escadas para o quintal e preparei as paredes para pintar a cozinha). No fim da tarde, cansada mas feliz, senti me realizada e percebi que o sol influencia (e muito) a minha vontade de arrumar e organizar a casa. Dá para abrir toas as portas e janelas, sacudir tudo na rua, eliminar tapetes, tirar as mantas dos sofás, respirar um ar mais leve. 

A única tarefa que ficou pendente foi a limpeza do aquário do cágado e lavar as janelas (lavei as da sala).

Tive ainda tempo para redecorar o hall - coloquei uma estante que tirei da cozinha (que ficou logo carregada de livros que já estavam em 2ª fila na sala), coloquei umas molduras e 1 planta e ficou logo um espaço mais acolhedor.

 

 

O Ninho - dia 18

Avó Madalena, 03.06.16

Qualquer semelhança à tarefa de hoje com um filme de terror... não é mera coincidência!

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Hoje será travada uma luta difícil, dia de conquistar o Adamastor!! Já falamos dos Hotspot - o lugar sempre atravancado de tralha, ora o Adamastor é pior ainda. É aquele sitio negro onde até evitamos entrar - o sótão, o escritório, um armário que se for aberto cai tudo.

Hoje seremos as heroínas do dia!! Marca 15 minutos e abre a porta, ataca o mostro que habita ai em casa.... Pois é avozinha.... o atelier chama por ti.... acho que vou atar uma linha ao pé e depois ao cimo das escadas para o meu M conseguir recuperar  o corpo.

Confesso que ando toda empolgada com estas arrumações, aproveito que ando numa de remexer em tudo e ao mesmo tempo trato logo das limpezas da Primavera (que este ano foram adiadas por causa dos dias de chuva) e faço inventário dos objectos que tenho.

Ainda sinto a casa desarrumada, ainda tremo quando batem à porta, ainda sinto que tenho muita tralha... ainda não é tempo de desistir.