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Casa d'avó Madalena

Casa de uma matrafona que mora na Aldêa, passa o dia assentada no pial a dizer patochadas

Casa d'avó Madalena

Casa de uma matrafona que mora na Aldêa, passa o dia assentada no pial a dizer patochadas

Tudo passa Tudo muda

Avó Madalena, 29.09.15

E a vida segue e o mundo vira sem querer saber nada de nós, por isso temos de ser nós a definir o caminho e a velocidade do nosso percurso.time-management.jpg

Não têm sido uns dias fáceis, as imagens vão aparecendo como se fosse um filme de terror e nos momentos mais calmos a cabeça salta e tu pensas que não passa de um pesadelo... mas esta é a tua verdade. Entre tachos e panelas, contas e casa tudo tem de ser dividido e esmiuçado e tens de seguir como se fosse uma coisa tão simples como acordar e descobrir que a roupa amarela te fica mal.... e não vais mais vestir amarelo.

E enquanto está interiormente desmoronada à tua voltas vais ouvindo que agora sim estás bem e que tudo passa e que o futuro prometo e que a felicidade está já ali... enquanto isso apetece-me gritar fuck you all!!! 

São 14 anos de mentiras e mágoas que não se evaporam, são sonhos e objectivos sem sentido... Esta é a realidade, que a tua realidade nunca foi real, foi fruto da tua imaginação alimentada pela mentira do outro protagonista.

E por muito que pense e diga que chega de remoer, na verdade parece-me que ainda vou ter de remoer durante muito mais tempo (pelo menos enquanto tivermos uma casa que nos "une"... por isso vou fingir que estou bem, que estou equilibrada e feliz.

Vou ser civilizada e uma doce cabra, sim porque descobri que dentro de mim habita uma cabra raivosa preste a estraçalhar alguém. O pior de mim acaba por apareceu e até eu me assusto com tal criatura. 

Mas tudo passa, demore o tempo que demorar.... esta é a fase que me vai fortalecer (e desidratar de tanto choro).

 

 A parte positiva é que posso renascer, redefinir o futuro, perceber quem são os verdadeiros amigos e a família genuína. 

Agora posso voltar a seu euzinha, sem filtro.

Vou voltar mais forte que nunca

Mantra do dia

Avó Madalena, 26.09.15

"Aqueles que nos deram tristeza ou raiva, um dia virão à nossa frente para serem perdoados. Manter em mente que alguém nos traiu ou enganou, faz-nos ficar reféns da raiva. Na realidade, deveríamos também ajudá-los a esquecer o que nos fizeram. Quando vemos uma oportunidade para o perdão, ajudamos a reduzir a dor e sofrimento deles, que é a consequência natural das acções desempenhadas. Por isso é necessário ter perdão, amor, misericórdia e compaixão. Ajudar alguém a esquecer os seus próprios infortúnios, é a melhor forma de caridade." 

Dadi Janki

Ninho vazio - dia 1

Avó Madalena, 25.09.15

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Embora ainda estejamos todos na mesma casa este fim de semana o M fica aos cuidados do pai e da avó paterna. E eu fico de ninho e coração vazio...

Sinto um frio que não consigo explicar, apenas sei que magoa corpo e alma...ainda não sei como me vou adaptar, mas sei que tenho de o fazer, por mim e pelo herdeiro.

Ontem enquanto esperava no parque dei por mim a pensar que uma parte da minha vida terminou. E daqui para a frente serei a gaja feia e sozinha que tricota e lê nos bancos do parque. 

Um projecto de vida foi por água abaixo e agora vejo-me sem grandes expectativas ou objectivos, apenas com uma grande lista de limitações e um saco de sonhos mortos. Procuro sobreviver no meio deste caos sempre de sorriso na cara. Não quero que o M sofra e não quero que o defunto se vanglorie, mas na verdade já cansa tanta fantochada. E como se isto não fosse suficiente anda tenho de enfrentar um ninho vazio ..

Sei que vou sobreviver e que é uma questão de adaptação, mas no momento sinto-me desamparada e sozinha. Sinto-me sem chão e sem teto...

 

Acabou (o que nunca foi bom)

Avó Madalena, 21.09.15

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 Tomar a decisão de terminar com uma relação tóxica não é fácil, demora o seu tempo, especialmente até que se convença que a relação não faz bem nem é saudável e que as coisas não vão mudar.

Felizmente um dia a bolha rebenta e tu pensas e gritas alto que não dá mais e descobres uma energia que te move no sentido de terminar com tudo o mais rápido possível para poderes fazer o teu luto em paz.

A parte burocrática vai enchendo as partes do dia e da noite mais sossegadas e cada vez mais vez a luz ao final do túnel a aproximar-se. Mas mais uma derrapagem... terão de partilhar o mesmo tecto....

como podes chorar, gritar, espernear e recomeçar a viver se tiveste a triste ideia de fazer planos em comum, onde entra uma divida do tamanho do mundo e uma casa a pagar ao banco. Como lidas com um processo de separação quando continuam a partilhar o mesmo teto?

parece que voltas atrás, que nada mudou ... com a diferença que agora te sentes ainda mais humilhado... a vida de solteiro é-te esfregada na cara diariamente e tu não tens para onde fugir e não podes demonstrar o quanto está a doer. Enquanto desmoromas por dentro ouves a outra parte dizer que agora sim é feliz, anda de sorriso na cara todos os dias....

Como se lida com uma tortura destas? Como se tratam as feridas que teimam em não sarar porque diariamente lhes atiram sal?

Estou a fazer os possíveis para tratar da questão mais pesada: o gigante empréstimo bancário, mas está difícil e demorado. E se demorar semanas, meses ou anos? Como se sobrevive? Como se colam os pedaços que teimam em desmoronar diariamente??

 

O regresso às aulas

Avó Madalena, 21.09.15

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O M. mudou de escola. Foi para o 5º ano e embora esteja cheia de orgulho, também estou atormentada por alguns fantasmas.

Esta manha fiquei a vê-lo entrar na escola e mesmo depois de ter desaparecido do meu campo de visão permaneci quieta atrás do arbusto. 

Este fim de semana fizemos as actividades normais de preparação para a reentre: separação das roupas (seleccionar o que já não gosta ou não serve), organizar o quarto em 3 espaços distintos: dormir, brincar e estudar. deixamos tudo preparado ao seu gosto de maneira a que se sinta bem no seu espaço.

Já retomamos a coffe station, a rotina de pequeno almoço e a novidade: o despertador "galo" do seu novo telemóvel para as 7h15m porque ele não quer chegar tarde!!!

Estava tão feliz e ansioso para o dia de hoje: rever os colegas, fazer coisas novas, o horário novo. Um misto de animação e ansiedade matinal que mal me deixou tomar o café em paz.

Ele a sentir-se grande e eu a sentir-me pequena...

 

Balanço de Agosto

Avó Madalena, 01.09.15

Agosto foi o mês para apagar da memoria logo que a minha sanidade mental permita.

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Embora tenha cumprido alguns objectivos, os planos saíram dos eixos e novos planos deverão ser tratados futuramente. 

Felizmente tenho de sorte de ter um trabalho (não que me agrade ou faça feliz mas que permite pagar parte das contas), também tive um acréscimo nos apartamentos a limpar, por isso consegui levar a carrinha á inspecção e surpreendentemente a bichinha passou.

Foi um mês onde o declutter re apareceu com mais força e forças descartadas roupas, sapatos, decores, revistas e um sem número de coisas que não me fazia mais feliz e que apenas acumulam espaço. Agora com a iminência da mudança de casa presumo que muitas mais coisas irão embora, não posso guardar tudo, não posso esperar por feiras que nunca irei fazer nem pensar que um dia vou voltar ao artesanato - caixas, linhas, agulhas, tintas terão de sair. Esta é uma boa forma de destralhar: imaginar que estamos de mudança ou viagem e seleccionar as poucas coisas que podemos levar. Este incentivo fará com que olhe para as coisas com olhos de ver e que consiga fazer o filtro necessário.

Não posso dizer que tenha sido um mês mau... foi um mês de iluminação!