Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Casa d'avó Madalena

Casa de uma matrafona que mora na Aldêa, passa o dia assentada no pial a dizer patochadas

Casa d'avó Madalena

Casa de uma matrafona que mora na Aldêa, passa o dia assentada no pial a dizer patochadas

Aniversário

Avó Madalena, 16.03.13

A página de facebook da casa - http://www.facebook.com/CasaDavoMadalena - comemora hoje o seu 1º aniversário.

Este blog e a página nasceram com o objectivo de prestar homenagem á referencia da minha vida - a minha avó Madalena. Ancora de uma família, lutadora, sobrevivente, trabalho uma vida inteira para alimentar 1 marido doente de tuberculose e 4 filhos. Trabalho na terra, colhia e apanhava chás, fazia queijos, costurava mantas e tapetes de retalhos. 

Todas as memorias felizes da minha infancia envelvem sempre a minha avó. As risadas pela noite, as histórias para adormecer metiam sempre bruxas e lobisomens, o cajado que a apoiava.

Na casa d'avó Madalena o chão era de cimento, não existia água canalizada, nem luz eléctrica, mas amor existia de sobra, Nunca me faltou amor, carinho, dedicação de tal modo que em todas as férias eu deixava os "luxos" da minha casa, a minha televisão, a luz na ponta do dedo, a água ao abrir a torneira para ir para o colo da minha avó.

Quando o sol de punha era hoje de jantar "ao lume" num velho banco de madeira, depois ia para a cama enquanto a avó lavava a loiça num pequeno alguidar e ficava encolhida debaixo das mantas a ver as sombras na parede no quarto fruto dos candeeiros a petróleo.

Morria de medo, mas era um medo bom, que me fazia flutuar e sonhar. Depois a avó vinha para a cama e ficavamos a rir do ressonar do avô que soava do outro quarto.

Aninhava-me na avó e ela ficava a contar as histórias das bruxas e dos feitiços até eu adormecer. E eu era tão feliz!!

Obrigada velhota por me teres amado tanto, por me teres feito tão feliz. Contigo aprendi a sonhar e aqui, neste blog tento perpetuar te, tento trancar as memorias que ainda me restam.

Amo-te daqui até a lua