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Casa d'avó Madalena

Casa de uma matrafona que mora na Aldêa, passa o dia assentada no pial a dizer patochadas

Casa d'avó Madalena

Casa de uma matrafona que mora na Aldêa, passa o dia assentada no pial a dizer patochadas

A calma

Avó Madalena, 01.10.13

As minhas condições emocionais andam tumultuadas... O silêncio gigante que me rodeia, a falta de força e motivação... admito que não estou (sou) uma pessoa fácil, mas daí a dizerem -me para ter calma... faz me saltar o couro cabeludo.  

Calma não me enche a alma, calma não me paga as contas, calma não me devolve a alegria.

Não digam nada, não falem, não olhem, esqueçam-me por breves instantes.

Preciso de me encontrar, não de ser pressionada, de bocas do tipo "então e as tuas listinhas", "estás de baixa então a tua casa deve estar um mimo"

Não, a casa não está um mimo, está um caos, o cabelo não é penteado, o corpo não é lavado, o meu dress code é fato de treino e sapatinhas.

A minha agenda socal passa por ir passear o cão e levar e buscar o M á escola.

Não posso ter calma, não quero ter calma, quero paz, sossego, a minha identidade.

Quem sou é, qual a minha missão?

Durante meses, anos, engoli a minha revolta, engoli o meu orgulho, contentei-me com pouco e agora perdi-me, olho ao espelho e não vejo nada-

Não me peçam para ter calma...