A calma
As minhas condições emocionais andam tumultuadas... O silêncio gigante que me rodeia, a falta de força e motivação... admito que não estou (sou) uma pessoa fácil, mas daí a dizerem -me para ter calma... faz me saltar o couro cabeludo.
Calma não me enche a alma, calma não me paga as contas, calma não me devolve a alegria.
Não digam nada, não falem, não olhem, esqueçam-me por breves instantes.
Preciso de me encontrar, não de ser pressionada, de bocas do tipo "então e as tuas listinhas", "estás de baixa então a tua casa deve estar um mimo"
Não, a casa não está um mimo, está um caos, o cabelo não é penteado, o corpo não é lavado, o meu dress code é fato de treino e sapatinhas.
A minha agenda socal passa por ir passear o cão e levar e buscar o M á escola.
Não posso ter calma, não quero ter calma, quero paz, sossego, a minha identidade.
Quem sou é, qual a minha missão?
Durante meses, anos, engoli a minha revolta, engoli o meu orgulho, contentei-me com pouco e agora perdi-me, olho ao espelho e não vejo nada-
Não me peçam para ter calma...