As janelas da alma
As vidas e os sentimentos são como as casas. Devem ser limpos, organizados e arejados.
De vez quando quando deve ser feita uma "limpeza" de primavera profunda: deitar fora os sentimentos e memórias que não causam mal, fazer um declutter do que julgavas ser uma amizada, perceber se devemos ter as janelas da alma sempre abertas ou, se simplesmente devemos colocar um leve cortinado, que deixe passar luz, mas não os olhares indiscretos de quem passa.
Tentas ser uma janela de vidro transparente, mas com o tempo vais percebendo que essa transparência pode ser perniciosa e usada como arma contra ti. O vizinho vai chegando devagarinho, e tu sorris de dentro de casa, deixando que espreite.. até ao dia em que deixas a janela aberta e o mesmo vizinho se aproxima, coloca as mãos nos vidros só para os sujar e deixar marca das dedadas...
Essa é a vida, uma janela aberta, de vidros limpos e brilhantes, mas demasiado próxima e desprotegida de quem passa (imagina-a n um res do chão de uma rua movimentada).
Tal como proteges a casa deves proteger os teus sentimentos, fecha a janela, coloca uns cortinados bonitos mas opacos, e se mesmo assim não te sentires segura nada como um bonito gradeamento.