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Casa d'avó Madalena

Casa de uma matrafona que mora na Aldêa, passa o dia assentada no pial a dizer patochadas

Casa d'avó Madalena

Casa de uma matrafona que mora na Aldêa, passa o dia assentada no pial a dizer patochadas

Balanço dia 13 - o ninho

Avó Madalena, 10.05.16

É que nem sei por onde começar! (na descrição do balanço e na arrumação em si).Desapego.jpg

Ontem cheguei casa, arregacei as mangas e preparei-me para descer as tenebrosas escadas para o atelier.... fui descendo e desimpedindo os degraus (até aqui correu bem), já lá em baixo, olhei em volta e senti acerbada com coisas: são lãs, caixas, caixinhas, revistas....  não estão muito desorganizado, mas tem definitivamente coisas a mais. Torna o ambiente pesado e a vontade de fugir escada acima trancar a porta e deitar a chave fora é enorme!

Não segui a ideia inicial de seguir os ponteiros do relógio, agarrei um monte de papel e separei revistas de tralha (o monte ficou mais pequeno, mais ainda de tamanho considerável). 

Tenho de abrir caixa a caixa, rever o que está lá dentro e etiquetar a caixa (é mais fácil para perceber o que tenho e onde está o quê). E acima de tudo tenho de perceber se vou voltar a fazer decoupage ou a pintar, se preciso de tanto botão e tecido e o que fazer com as linhas e fios que não gosto particularmente. Traduzindo: tenho de treinar o desapego!!!

O Ninho - dia 13

Avó Madalena, 09.05.16

atelier.jpg

 Retomando o projecto do ninho, chegamos ao dia 13.

Continuamos com o destralhar. Todas temos as listas de tarefas, afazeres pendentes, o tempo vai passando e elas vão ficando para trás. Hoje vou  escolher uma divisão da casa que está nas listas e que vou adiando - o atelier de artesanato. Chegou a hora de avançar. Como o mesmo fica na cave, normalmente (e vergonhosamente) até as escadas servem de poiso para alguns objectos. Vou começar de cima para baixo, e já na cave para facilitar vou destralhar, limpar e organizar no sentido dos ponteiros do relógio (andar a saltitar não funciona comigo, acabo por mexer em tudo e não fazer nada). Vou utilizar o sistema das 3 caixas: lixo, doar e arrumar (dentro de caixas etiquetadas e por género de material)

Começo hoje a cronometrar 15 minutos. 

Amanhã faço o balanço!!

O Ninho - Dia 10 Como tornar o ambiente Zen

Avó Madalena, 14.04.16

Tornar o ambiente ZEN, descartar o supérfluo. Difícil?? Não! Se tivesses de abandonar a casa e escolher apenas algumas peças, quais

wabi.jpgseriam?? Agora está muito em voga a questão "E se fosses tu?" Se tivesses de abandonar o teu lar, as tuas coisas...

Não precisamos de ser tão extremistas neste exercício (mas pensar na questão  "E se fosses tu?" é importante e revelador)

Dependendo da resposta, todos os objectos que não consideramos levar  são supérfluos e desnecessários.

Para realizar esta tarefa foquei-me na filosofia japonesa: WABI SABI!!

O método WABI SABI adapta-se perfeitamente ao meu estilo de vida, pois considera que a perfeição existe apenas na imaginação humana, o belo é imperfeito, modesto, simples e acima de tudo autentico. Faz apologia de ambientes minimalistas, simples e orgânicos.
Segundo a filosofia  Wabi Sabi o Homem deve aprender a sentir-se satisfeito com o que tem, depois de eliminar o supérfluo.
Dicas para um ambiente Wabi Sabi:
- os objectos tem de ter utilidade, ser belos ou despertarem bons sentimentos
- as cores indicadas são o branco e terra
- utilize materiais naturais como a madeira, barro, lã e linho
- use e abuse de materiais feitos à mão, antigos e reciclados
- decore com flores e plantas 
- proteja a casa mau ruído (os barulhos da rua)
- organize a sua casa (faça um declutter)
- use ao máximo a luz natural
- use formas irregulares
- utilize peças com alma (desenhos dos filhos, fotos da família)
- procure ter um espaço pessoal, seja um atelier, uma sala ou um simples sofá
- aprecie a imperfeição (os riscos numa parede, por exemplo), ela indica a passagem do tempo
A sua casa é o seu lar, o espelho de si e da sua família, não ter de ser perfeita ... para isso temos os museus e galerias de arte... não há nada pior que entrar numa casa e ficarmos com a sensação que estamos numa loja de moveis.. tudo perfeito mas sem sabor, eu cá me sinto confortável

Destralhar

Avó Madalena, 17.08.15

Ando a destralhar a casa e embora já tenha descartado um sem número de itens na verdade ainda não senti falta de nada mas também não vi ainda a casa mais vazia... parece que não se nota nada... 

Das 2 1 ou tenho demasiada tralha ou não estou a fazer um bom trabalho.

Ainda não estou a seguir a técnicaKondomarie, estou numa fase mais pessoal de retirar as coisas que estão visivelmente

15228476_ig4so.jpeg

 mal: cadeiras de rua que já ninguém usa porque estão velhas, mas moravam num canto do pátio, tachos e panelas que já não usava por estarem demasiado velhos (e inutilizados), roupas que vão aparecendo com nódoas quando as tento engomar...

Farto-me de deitar coisas para fora de casa e embora me sinta feliz cada vez que vou ao caixote do lixo, não consigo ainda rever a ausência das mesmas em casa.

Apercebi-me, nas limpezas e organizações a apartamento de férias que vou fazendo que arrumo, limpo e organizo casas de férias com o triplo do tamanho da minha casa em muito menos tempo e isso porque essa casas só têm o mínimo essencial, tal como a minha também deveria ter.

Não vou desistir nem parar enquanto não tiver destralhado a casa, os armários e a vida, porque destralhar liberta-me e dá-me uma força e uma sensação de controlo que mais nada dá.

 

Leve

Avó Madalena, 07.08.15

Retomei a minha fase de destralhamento impulsionada pelo livro "Arrume a sua casa Arrume a sua vida" da autora japonesa Marie Kondo e gentilmente emprestado pela minha amiga Ana C.declutter.jpg

Nos últimos 2 dias destralhei 74 peças de roupa (as minhas foram para o contentor e as do M para um primo), 1 caixa de brinquedos que vou deixar junto do contentor da roupa, 1 caixa de brinquedos que vou deixar na Casa da 1º Infância, 1 móvel (doei), 1 cadeira de baloiço (foi para casa da mãe).

Se na verdade não sento falta de nada, por outro a minha sala ficou mais leve só pelo fato de ter menos 1 cadeira. Olho em redor e sinto me mais leve, mais livre. O espaço é mais importante do que realmente consideramos, faz mos livres ou prisioneiros. O espaço é mais importante do que julgamos e interfere directamente no estado de espírito da casa e dos seus habitantes - e tudo isto com uma simples cadeira!!!

A Marie aconselha a destralhar as coisas por categorias:

- vestuário (também por fases: partes de cima, partes de baixo, roupas de pendurar, meias, roupa interior, malas, acessórios, roupas sazonais e sapatos)

- livros

- papéis

- bugigangas ( CD e DVD, produtos para o corpo, maquilhagem, acessórios, objectos de valor, equipamentos electrónicos, utensílios de uso diário, utensílios de cozinha, medicamentos...)

- fotografias

A ideia é guardar apenas o que inspira alegria, o que no meu caso, de pseudo acumuladora sentimentalista, acho que tudo me inspira alegria  - o que não faz sentido porque não sou propriamente uma pessoa alegre. E chegando a esta triste conclusão posso então afirmar que se acumulo para me sentir feliz e segura e não o sou então é porque o método não funciona.

Está, portanto na hora de fazer o oposto e libertar-me do peso das memórias, das recordações e principalmente do pó.

Será um passo muito importante para a minha mente e para a minha casa, liberdade, leveza. Aja coragem para deixar as coisas irem.

Começo na 2º feira o ataque à tralha!

 

Balancete

Avó Madalena, 17.12.14

2014 foi um bom ano, chorei muito, sofri, procrastinei, mas estou mais perto de ser feliz, a minha auto estima está 

paris.jpgmelhor (e maior), a depressão lentamente vai saindo desta cabeça.

Em 2014 saí um pouco mais para a borda da minha caverna: tenho novos ares, voltei ao voluntariado de forma activa, retomei os estudos, melhorei (e muito) a minha relação com o meu filho, aprendi a relativizar e penso mais se quero ter razão ou ser feliz.

Este foi um ano de lutas, mas de muitas aprendizagens. 2015 será para colocar em práticas estas aprendizagens, espero que com menos medicação, menos lágrimas e cada vez mais motivos para sorrir.

Tenho visto o mundo com umas lentes mais coloridas e isso fez me bem, trouxe a mim novas amizades, novos projectos.

Fui feliz em tantos momentos!! E a felicidade é um estado contagiosos, queremos sempre mais!!

No plano material, fui um pouco baldas com o sistema FLY e com as minhas rotinas, mas fiz um declutter mais que no ano passado e estou a rectificar o sistema dos envelopes (com o qual me adaptei bem e que funciona comigo)

Sim, faço um balanço positivo, as estrelas estiveram comigo.

Obrigada ao universo e a quem esteve do meu lado, para o bem e para o mal, e que me fizeram mais forte, mais feliz , obrigada mesmo!