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Hoje sai da minha zona de conforto, e voltei ao voluntariado, desta vez num centro de dia.
Aproveitei que estou de férias e fui dar um pouco do meu tempo em troca de sorrisos, abraços e carinho sinceros.
Hoje recebi mais do que deu, sai do centro de dia feliz e com saudades de mim, de quando optei pelo curso que tirei, dos sonhos que tinha na altura, os projectos que não concretizei. Mas com a convicção de que fiz a escolha certa, é o que gosto, o que me faz sorrir e sentir útil.
Mimar os avós. Dar a mão, escutar. . . basta escutar para fazer alguém feliz, dedicar um bocadinho de tempo a alguém que tem todo o tempo do mundo e que possui em si um mundo de experiencias, sabedorias e memorias.
Hoje fui feliz!
Dei um pouco de mim e recebi em troca uma manhã fantástica, sai com um sorriso de orelha a orelha, uma lágrima no canto do olho e uma vontade enorme de voltar.
Tinha esquecido que ser voluntária é muito mais do que dar, é receber. Eu que tenho de agradecer a todas as pessoas a possibilidade que me dão de conviver com elas, de partilhar as memórias, a alma. De minimizar um pouco esta saudade que tinha da minha avó.
Dá me pena a solidão no olhar, entrar na sala e olhar para seres inanimados, quietos, a olhar para o vazio. Deram tanto de si, têm tanto para partilhar, um testemunho a deixar. Apenas precisam que alguém os escute, que guarde dentro de si algumas das suas histórias e saberem, assim os corpos partem, mas um bocadinho da alma fica por aqui, dentro de cada um de nós que os ouviu, que lhes deu a mão.
Tenho medo disso.... de morrer sem deixar testemunho, sem deixar rasto da minha presença. Por isso tento tanto gravar todas as memorias da minha avó Madalena, é uma forma de ela viver, de deixar a marca dela em mim, um pouco do seu testemunho, da sua alma. Uma vida cheia de alma, não pode terminar apenas porque o corpo sucumbiu ao cansaço, é necessário preservar as histórias, os costumes, o passado. Essa é uma parte importante da minha identidade.
Recordar as histórias dos mais velhos é "ressuscita-los", dar lhe a valorização que merecem.
Só tenho a agradecer o tempo passado com os meus avós, devo-lhes o que sou, quem sou.
V
O desafio da gratidão está a permitir o meu crescimento e reconhecimento das coisas que tenho e algumas nas quais nem pensava.
Penso mais nas coisas que me rodeiam, na familia, nos amigos, no emprego, na casa, na comida... O sorriso do meu filho que me aquece, uma tarde passada com as amigas que me ajuda a descomprimir, um emprego que posso não gostar mas que me ajuda a pagar as contas, comida na mesa...
Hoje ligaram ao marido e pediram-lhe a chorar para que ele comprasse a bicicleta dessa pessoa por 25€ porque não tinha comida em casa nem perspectivas de alguma entrada de dinheiro... não compramos a bicicleta, empresta-mos algum dinheiro para a alimentação.
Aqui em casa passamos algumas dificuldades, temos muitas contas a pagar, um ordenado minimo e um outro que que só aparece de vez em quando, ainda assim temos conseguido ter comida na mesa.
Hoje estou grata pelo meu emprego, pelo meu ordenado, porque embora seja minimo eu tenho um ordenado, pela comida na mesa a todas as refeiçoes e hoje ter dinheiro na carteira que me permitiu ajudar alguem que no momento está com mais dificuldade que eu...
Hoje estou grata por ter conseguido destralhar e vender alguns objectos porque me permitiram dar a mão a outro... eu tambem ja tive momentos de não ter comida na mesa e percebia o sofrimento dos meus pais nessas alturas ... tambem eles pediram comida para mim e para o meu irmão.
Hoje estou gratas pelas minhas raizes que me fortaleceram e deram a capacidade de sobreviver a crises.
Obrigada
Na caminhada para o encontro com a minha felicidade está o reconhecimento de todas as coisas positivas (e mesmo as menos positivas) como forma de crescimento e evolução pessoal. Este reconhecimento passa por agradecer diariamente todas as coisas que me acontecem.
O ser grata permite-me meditar sobre as coisas, compreender a sua importancia e dar-lhes o devido valor.
O "Desafio 20123 Gratidão"proposto pela Mum's The Boss vai mais uma vez ao encontro de um dos meus objectivos para este ano, e assim proponho-me a mais este desafio.
Agradecer os sorrisos, as lagrimas, as aventuras e desventuras, agradecer o fato de estar viva, com a minha familia ao lado, um filho simplesmente fantástico, saudável, com comida para por na mesa, com emprego, com uns pais que adoro, um irmão lunático. Tenho poucos amigos, mas muito bons. Tenho uma casa (que vou pagando honestamente), um carro velho, mas pago.
Tive o prazer de conheçer uma pessoa maravilhosa - a minha avó Madalena.
O que estraga mesmo o meu dia é a minha auto estima, a minha brutidade e mau feitio e a minha cegueira para agradecer diariamente todas as benções com que fui prendada.